domingo, 6 de dezembro de 2009

A verdadeira Alma

Doce Mãe, aqui Sri Aurobindo disse: “Se a alma mais interior é despertada, se houver um novo nascimento a partir das meras consciências mental, vital e física em uma consciência psíquica, então este Yoga pode ser feito...”. Porque ele disse “a alma mais interior”? Existe uma alma superficial?


É porque essa alma mais interior, ou seja, o ser psíquico central, influencia as partes superficiais da consciência (superficiais em comparação com ela: partes mentais, partes vitais). A mente mais pura, o vital mais elevado, o ser emocional – a alma os influencia, os influencia de uma maneira em que se tem a impressão de entrar em contato com ela através dessas partes do ser. Então as pessoas tomam essas partes como se fossem a alma e é por isso que ele diz: “a alma mais interior”, ou seja, a alma central, a alma real.


Frequentemente, quando se entra em contato com certas partes da mente que estão sob a influência psíquica e cheias de luz e da alegria dessa luz, ou quando se entra em contato com certas partes muito puras e muito elevadas do ser emocional, que possui as emoções mais generosas, mais desinteressadas, tem-se também a impressão de estar em contato com a própria alma. Mas essa não é a verdadeira alma, não é a alma em sua verdadeira essência. Existem partes do ser sob sua influência e manifestando algo dela. Então, frequentemente as pessoas entram em contato com essas partes e isso às proporciona iluminações, grande alegria, revelações, e elas sentem que encontraram suas almas. Mas é somente a parte do ser sob sua influência, uma parte ou outra, pois... O que acontece exatamente é que se entra em contato com essas coisas, tem-se experiências, e então isto se torna velado, e a pessoa se questiona, “Como é que eu entrei em contato com minha alma e agora caí de volta nesse estado de ignorância e inconsciência!”. Mas isso é porque o contato não foi com a alma, foi com essas partes do ser que estão sob influência da alma e manifestam algo dela, mas não são ela.


Eu já disse muitas vezes que quando se entra em contato consciente com sua própria alma e a união é estabelecida, acabou, isso não pode ser desfeito, é algo permanente, constante, que resiste a tudo, e que, a qualquer momento, se ela for referenciada pode ser encontrada; ao passo que as outras coisas – pode-se ter experiências muito boas, e então elas se tornam veladas novamente, e a pessoa diz a si mesma, “Como isso aconteceu? Eu vi minha alma e agora eu não a encontro novamente!” Não foi a alma que a pessoa viu. E essas coisas são muito lindas e proporcionam experiências muito impressionantes, mas isto não é o contato com o ser psíquico propriamente dito.


O contato com o ser psíquico é definitivo, e é sobre isso que eu digo, quando as pessoas perguntam, “Eu possuo um contato com meu ser psíquico?”, “Sua pergunta por si só prova que você não o tem!”

A Mãe